A morte de Francisco. Por Luis Felipe Miguel 406t57

Eu não acreditava que o papa fosse ser diferente de seus predecessores, mas ele foi 2r2l18

em Amanhã não existe ainda

Quando Bergoglio foi eleito papa, eu não curti. Não que tivesse algo a ver com a história – não sou nem católico, muito menos cardeal, a escolha não era assunto meu. Mas tinha tomado contato com os boatos sobre sua colaboração com a ditadura argentina, que, ainda que nunca tenha sido confirmados, contribuíram para me fazer desconfiar dele. As atitudes que tomou no início do pontificado, como se recusar a habitar o palácio que lhe era destinado para continuar vivendo em um pequeno apartamento ou viajar na classe econômica de aviões de carreira, me pareciam jogadas de marketing. O medíocre filme propagandístico de Fernando Meirelles sobre os dois papas só reforçou essa impressão. Depois dos longos anos de Wojtyla e de Ratzinger, parecia que a igreja nunca seria nada além de um bastião do conservadorismo, com seu setores progressistas fadados ao ostracismo. Bergoglio parecia para mim ser um Wojtyla mis au jour: um reacionário com face humana, adaptado ao tempo das redes sociais. (mais…)

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Contra o fatalismo histórico: os 180 anos das ‘Teses sobre Feuerbach’. Por Maurício Vieira Martins 226x54

Antirreligiosas e antiobjetivistas, as ‘Teses sobre Feuerbach’ de Marx completam 180 anos em 2025; merecem ser retomadas neste momento em que fatalismos históricos de diferentes matizes nos rondam, minimizando a capacidade de ação humana.

No Blog da Boitempo

“Quanto mais vazia é a vida, tanto mais rico, mais concreto será o Deus”, escreveu em 1843 o filósofo ateu Ludwig Feuerbach, em seu livro A essência do cristianismo. E ele prossegue, sem concessões: “O empobrecimento do mundo real e o enriquecimento de Deus são um mesmo ato. Somente o homem pobre possui um Deus rico. Deus nasce de um sentimento de carência”1. (mais…)

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O colaboracionismo do Grupo Folha da Manhã à ditadura civil-militar e seu braço executor: a Folha da Tarde. Por Beatriz Kushnir 3f5z4r

Conheça a pesquisa pioneira sobre os vasos comunicantes entre redações jornalísticas e a repressão ditatorial no pós 1964. Retomando o extenso estudo publicado em seu livro “Cães de guarda”, reconhecido pelo relatório da Comissão Nacional da Verdade, Beatriz Kushnir demonstra como “além de não fazer frente ao regime e às suas formas violentas de ação, parte da imprensa também apoiou a barbárie”.

No Blog da Boitempo

Desde fins da década de 1990, parte da historiografia brasileira já sublinhava que o equivocado processo de Anistia, promulgada em 1979, auxiliou a cunhar igualmente a errônea visão de que vivemos envoltos em uma tradição de valores democráticos. A partir das lutas pela Anistia, “liberta-se” a sociedade brasileira a repudiar a ditadura e, assim, demonstrar sua parcela progressista com profundas e autênticas origens na trajetória histórica do país. E há aqui ironia. Naquele momento plasmou-se a imagem de que a sociedade brasileira viveu a ditadura do pós-1964 como um hiato, um instante a ser expurgado. (mais…)

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Por que os EUA não conseguem produzir um iPhone? 1z5j1l

Nota de Combate: para quem está na dúvida quanto ao motivo que terá levado Trump a voltar atrás hoje, 12/04, e isentar smartphones, computadores e outros eletrônicos de tarifas recíprocas…

Por Paulo Gala, em seu site

A cadeia de suprimentos (supply chain) para a produção do iPhone é uma das mais complexas e eficientes do mundo, altamente concentrada na Ásia do Leste, especialmente em países como China, Vietnã, Coreia do Sul, Taiwan e Japão. Essa rede integra dezenas de milhares de fornecedores de componentes especializados, desde microchips e sensores ópticos até parafusos, conectores e telas OLED. A montagem final, liderada por gigantes como Foxconn e Pegatron, ocorre majoritariamente em fábricas altamente automatizadas e operacionais 24 horas por dia, com milhões de trabalhadores treinados em linhas de produção de altíssima precisão. (mais…)

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O lorde inglês e o “popcorn seller”. Por Luis Felipe Miguel 3y545z

Delírio do juiz e “momento Joel Santana” de Jair ilustram duas formas bem diversas de viralatismo

em Amanhã não existe ainda

Robert Louis Stevenson é um dos escritores mais injustiçados da história da literatura. Se você não quer acreditar em mim, acredite em Jorge Luis Borges, que tinha a mesma opinião. Ele pensava que A ilha do tesouro tinha destruído a reputação de Stevenson, estigmatizado como autor de livros para crianças, impedindo que alcançasse o lugar a que teria direito no cânone. (mais…)

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Jesus e seu movimento entram em Jerusalém (Lc 19,28-40): “Cala boca, não!” Luta por direitos, sim! Por frei Gilvander Moreira 113317

Nas missas e nas celebrações da Palavra, no Domingo de Ramos, no início da Semana Santa, ouvimos o Evangelho de Lucas (Lc 19,28-40) sobre a entrada de Jesus com suas discípulas e discípulos, em Jerusalém, com ramos nas mãos. “Enquanto caminhavam, Jesus e seus discípulos e discípulas sobem a Jerusalém” (Lc 19,28.36).

Qual mensagem espiritual, ética e libertadora este evangelho nos propõe? (mais…)

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Mensagem da parábola do pai amoroso diante de dois filhos, o mais velho, o mais perdido (Lc 15,1-3.11-32). Por frei Gilvander Moreira* 63n3g

As parábolas dos perdidos (uma ovelha, uma moeda e dois filhos – Lc 15,1-32) se encontram na seção de Lc 9,51-19,27, que é o centro do Evangelho de Lucas. Seção esta denominada “Evangelho dos marginalizados”. Estrutura do texto: 1) Lc 15,1-2: Introdução/motivação; 2) Lc 15,3: Primeiros destinatários: fariseus e escribas. A parábola do pai misericordioso pode ser dividida em quatro cenas: a) O pai e o filho mais novo (Lc 15,11-12); b) O filho mais novo (Lc 15,13-19); c) O pai e o filho mais novo (Lc 15, 20-24); d) O pai e o filho mais velho (Lc 15,25-32). Em Lc 15, publicanos/pecadores são encontrados, enquanto fariseus e escribas continuam perdidos. (mais…)

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