MC Poze: para a justiça burguesa, mais importante do que o crime é aquele que o comete 4p3j40

Por Gabriel Miranda, no Blog da Boitempo 52k5

No livro Punir os pobres: a nova gestão da miséria nos Estados Unidos, o sociólogo francês Loïc Wacquant pontua, logo nas páginas iniciais da obra, que “a segurança é concebida e executada não tanto por ela mesma, mas sim com a finalidade expressa de ser exibida e vista, examinada e espionada: a prioridade absoluta é fazer dela um espetáculo, no sentido próprio do termo” (Wacquant, 2007, p. 9). Ao ver as imagens do MC Poze do Rodo sendo conduzido até a delegacia no dia 29 de maio, não pude deixar de recordar a referida obra e, em específico, a citação acima. Afinal, o que foi aquilo senão um espetáculo? Uma peça teatral apresentada ao longo de séculos e que, agora, teve como um de seus protagonistas MC Poze. (mais…)

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Audiência no MPF reforça pacto por 200 dias letivos em áreas de violência armada e discute medidas de reparação 2z5w4

Evento do fórum estadual da educação debateu o papel do Conselho Nacional de Educação na construção de soluções

Procuradoria da República no Rio de Janeiro

O Ministério Público Federal (MPF) sediou audiência popular do Fórum Estadual da Educação para discutir a violação do direito à educação causada pela violência na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, especialmente a violência armada. O evento, realizado na última sexta-feira (30), foi conduzido pelo professor Waldeck Carneiro, teve duração de 2h30 e reuniu representantes de diversas instituições públicas, sociedade civil e academia, com o objetivo de buscar soluções para reparar os danos causados aos estudantes. (mais…)

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o a especialistas num país de medicina privatizada 2o6y18

O que a Demografia Médica revela, no momento em que o governo lança Agora Tem Especialistas? Com recursos públicos, país forma profissionais para o setor privado e cria grande fosso no SUS. Como reverter essa tendência e desprivatizar a atenção especializada?

Mário Scheffer em entrevista a Gabriel Brito, em Outra Saúde

O mês de junho se inicia com uma novidade de peso nas ambições do SUS, através do anúncio do programa Agora Tem Especialista. A iniciativa visa reduzir de vez a espera por cirurgias no país, representa uma tacada política que certamente será instrumento de campanha eleitoral em 2026 e é tratada por Alexandre Padilha como um objetivo primordial de sua gestão no Ministério da Saúde. (mais…)

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Cinco anos depois da morte de Miguel, mãe ainda luta por justiça 1c6928

Mirtes de Souza cursa Direito e busca condenação da ex-patroa, que deixou o menino só antes da queda

Por Mariama Correia | Edição: Bruno Fonseca, Agência Pública

Ainda estávamos na pandemia de Covid-19 quando chegou aquela notícia terrível. Era 2 de junho de 2020. Um menino de apenas cinco anos havia morrido ao despencar do 9° andar do edifício de luxo chamado Torres Gêmeas, no centro do Recife. Quem morava na capital pernambucana na época conhecia bem aqueles espigões. Eles já tinham sido palco de outras cenas criminosas. Erguidas às margens do rio Capibaribe sob protestos dos movimentos sociais como o Ocupe Estelita, as torres de 41 andares onde moram ricaços são um cartão postal da especulação imobiliária e da desigualdade social da cidade. (mais…)

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Órfãos do neoliberalismo progressista e descontentes: o Brasil polarizado e a necessidade imperiosa de criar horizontes de transformação social. Entrevista especial com Sérgio Costa 733p3o

Desigualdades multidimensionais são uma chave poderosa para explicar a vida política e a polarização brasileira, afirma o pesquisador. Segundo ele, “por trás da polarização estão os movimentos de perdas e ganhos materiais e subjetivos dos diferentes grupos”

Por Patricia Fachin, no IHU

Hostilização e falta de entendimento no campo político brasileiro não são novidade. A radicalidade política e a capilaridade social que tomaram corações e mentes em todo o país, no entanto, indicam a existência de um fenômeno “completamente novo” e “inédito” no Brasil, diz Sérgio Costa na entrevista a seguir concedida por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU. (mais…)

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Leão XIV será papa da luta pela justiça social? Por frei Gilvander Moreira 2f4w60

O novo Papa LEÃO XIV assumiu o ministério de bispo de Roma e primaz da comunhão universal da Igreja dia 08 de maio de 2025. De nascimento, ele é norte-americano, mas é muito mais latino-americano porque foi missionário no meio dos pobres no Peru. Por mais de vinte anos, trabalhou com comunidades camponesas e indígenas, e por amor ao povo peruano adquiriu a cidadania peruana. Após ser anunciado como Papa, escolhido pelos Cardeais no Conclave, Robert Francisco Prevost saudou o povo da Diocese de Chiclayo no Peru em espanhol e não disse nada em inglês ao povo dos Estados Unidos. (mais…)

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“Ricos e pobres? Vamos nos rebelar, pois a igualdade virá”. Entrevista com Thomas Piketty 295w5z

Durante meio século, no mundo ocidental, a diferença entre ricos e pobres vem aumentando. No entanto, o grande economista francês está otimista. “Porque na realidade a tendência para a igualdade nunca parou. Ou quase.”

por Riccardo Stagliano, em La Repubblica / IHU

Há uma frase de John Maynard Keynes que é citada até mesmo por aqueles que não têm ideia do que o economista britânico pensava. É isso: “A longo prazo, estaremos todos mortos.” Agora, o francês Thomas Piketty, que hoje tem uma celebridade comparável à de seu lendário colega de Cambridge, parece ver o contrário: não apenas estaremos vivos, mas as tremendas desigualdades de hoje provavelmente terão diminuído um pouco. Piketty diz isso apoiando a previsão com base no que aconteceu no ado. Embora fossem necessários dezoito mil anos de salário de um trabalhador de depósito da Amazon para pagar os poucos minutos da viagem espacial de Jeff Bezos e sua futura esposa, dois séculos atrás a diferença entre o primeiro e o último lugar era ainda maior. Podemos ficar satisfeitos, então? Obviamente que não, explica Piketty em Igualdade. O que significa e por que é importante, o livro que surge da conversa com Michael Sandel, o mais famoso filósofo moral vivo do mundo. Mas, para não cairmos no derrotismo, é preciso colocar as coisas num contexto mais amplo, aquela “longue durée” de que falava Fernand Braudel. (mais…)

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