Mais Médicos: surge uma contradição na base do SUS 14a1u

Estaria o programa servindo para precarizar o trabalho na Atenção Básica? Dois médicos de família alertam: já se fazem contratações injustificáveis pelo programa. Sem estratégia para fixar os profissionais a longo prazo, problema da falta de assistência não se resolverá 1w5g73

Marco Tulio Pereira e Ricardo Heinzelmann em entrevista a Gabriel Brito, em Outra Saúde

Festejado pelo governo Lula como grande símbolo da “reconstrução”, o programa Mais Médicos quebrou recordes de adesão e beira os 30 mil profissionais contratados, distribuídos por unidades de saúde de todo o Brasil. (mais…)

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Perry Anderson: O neoliberalismo, esse zumbi v1w5o

Desde a crise de 2008, sistema nega a si mesmo e adota parte do que propugnam seus adversários – apenas para conservar-se vivo e manter sua essência. A causa crucial é falta de uma alternativa. Mas a História, às vezes, preenche esta lacuna…

Por Perry Anderson, na London Review of Books | Tradução: Antonio Martins, em Outras Palavras

ado um quarto deste século, “mudança de regime” tornou-se uma expressão canônica. Significa a derrubada em todo o mundo — normalmente, mas não apenas, pelos Estados Unidos — de governos que não são do agrado do Ocidente; empregando-se, para esse propósito, força militar, bloqueio econômico, erosão ideológica ou uma combinação de tudo isso. No entanto, originalmente o termo significava algo bem diferente: uma mudança generalizada no próprio Ocidente. Não a transformação súbita de um Estado-nação pela violência externa, mas a instalação gradual de uma nova ordem internacional em tempo de paz. (mais…)

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O nexo entre neofascismo e neoliberalismo e a criação sistemática de crises. Entrevista especial com Adriano Correia Silva 432b5n

Enquanto o neofascismo esfacela estruturas estatais, o neoliberalismo as combate. Comportamento fomentado pelas redes sociais interdita debate público, engaja indivíduos atomizados a consumirem discursos pré-fabricados e opera via desresponsabilização

Por Márcia Junges, em IHU

“Na sociedade de massas, que ainda é a nossa, onde cada pessoa é levada a se ver apenas como uma peça dentro de uma engrenagem maior, é comum que haja uma separação profunda entre a personalidade individual e o papel que se exerce, como se o desempenho de funções como empregado ou servidor público estivesse isento dos juízos morais normalmente aplicáveis a outras áreas da vida. Além disso, muitas vezes a identidade pessoal se confunde totalmente com a função desempenhada, reduzindo o indivíduo à condição de um agente anônimo dentro de uma estrutura burocrática, esvaziando a riqueza e a complexidade de sua humanidade”, reflete Adriano Correia Silva em entrevista concedida por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Para o pesquisador,

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O fascismo como um traço constitutivo das democracias liberais capitalistas. Entrevista especial com Felipe Lazzari da Silveira 6j6b6u

IHU

“As condições para a produção do fascismo em grande escala estão presentes. Não por acaso estamos presenciando o recrudescimento dos signos fascistas no plano macropolítico. Contudo, a atual conjuntura possui peculiaridades que tornam tudo diferente. As subjetividades e as racionalidades do capitalismo neoliberal diferem sobremaneira das que garantiram o desenvolvimento do capitalismo industrial. Logo, é arriscado tentar fazer aproximações entre a ascensão fascista do presente e o fascismo italiano cogitando simplesmente uma atualização ideológica ou estética. O risco de incorrer em anacronismo ou de descurar de elementos cruciais do fenômeno na atualidade é muito grande”. A advertência é do professor Felipe Lazzari da Silveira, docente na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pelotas – UFPel e foi feita na entrevista concedida por WhatsApp ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU. (mais…)

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Dowbor: Pra nos tirar da solidão 6v6p1j

As crianças perderam as ruas e foram aprisionadas em telas. O trabalho tornou-se obrigação sem sentido. O laço entre as gerações se perdeu no apartamento exíguo. Mas busca-se, em todo o mundo, caminhos de reconexão. São flores no asfalto?

Por Ladislau Dowbor | Tradução: Antonio Martins1, em Outras Palavras

Trabalhei anos em países africanos com ambiente social rico: bairros com crianças, avós, tios e tias, muito barulho e correria, zero privacidade, mas também muitas risadas. Era vida pulsando. E as ruas eram um lugar para socializar. Na minha infância em São Paulo, lembro que minha mãe ficava rouca de tanto gritar para nos chamar do meio da rua na hora do almoço. O mundo nos permitia explorar, e aprender a identificar o que valia a pena correr atrás — e do quê era melhor fugir. (mais…)

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O desafio de tirar o Brasil das mãos do rentismo. Por Paulo Kliass t112j

Reindustrialização, essencial para um novo projeto de Brasil, é um dos grandes objetivos do governo Lula. Mas Plano Nova Indústria Brasil é insuficiente – por não enfrentar a Faria Lima, nem reverter a austeridade e combater os juros que inibem investimento

Em Outras Palavras

A sequência contínua de elevações da taxa referencial de juros tem colocado, mais uma vez, os holofotes dos analistas sobre os mecanismos de funcionamento do Comitê de Política Monetária (Copom). Afinal, ao longo das últimas cinco reuniões do órgão, a Selic foi sistematicamente aumentada, saído de 10,50% em setembro de 2024 para os atuais 14,25%. O detalhe é que durante este período deu-se a troca de comando na diretoria do Banco Central (BC), com a posse de Gabriel Galípolo como presidente do Banco no lugar de Roberto Campos Neto. Além de promover esta importante substituição, o fato é que sete dos nove diretores da entidade são nomeações feitas por Lula em seu terceiro mandato. A tragédia anunciada é de tal ordem que a ata da reunião mais recente do colegiado aponta para a necessidade de novas elevações nos próximos encontros. (mais…)

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Trabalhar, sinônimo de adoecer 335l26

Explodem, sob o inferno neoliberal, afastamentos por causas psíquicas. Doença é a resposta dos corpos às jornadas exaustivas, tarefas enfadonhas e insegurança permanente. Até as empresas perdem, mas o sistema não sai do abismo que criou

por Erik Chiconelli Gomes, em Outras Palavras

O fenômeno do adoecimento mental massivo entre trabalhadores brasileiros, evidenciado pelos 472.328 afastamentos registrados em 2024, representa não apenas uma crise sanitária, mas uma manifestação concreta das contradições inerentes às relações de produção no capitalismo contemporâneo. Este crescimento expressivo de 68% em relação ao ano anterior constitui uma forma de insurgência silenciosa, em que os corpos e mentes dos trabalhadores registram, através do sofrimento psíquico, as tensões e pressões de um sistema produtivo cada vez mais exigente e precarizado. A experiência vivida por estes sujeitos comuns, especialmente mulheres, negros e os setores mais vulneráveis da classe trabalhadora, compõe um capítulo significativo da história social do trabalho no Brasil, revelando como as condições materiais de existência moldam não apenas as estruturas econômicas, mas a própria subjetividade dos indivíduos. (mais…)

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