De Arthur Bernardes a Romeu Zema. O papel da imprensa e da arte. Em novo livro, jornalista busca a origem do racismo cristalizado há mais de cem anos: um povo indigno de ser ajudado em sua terra; repelido de tentar ocupar um lugar no mundo 55683
Octavio Santiago em entrevista a Carolina Azevedo, na Cult
Em 1923, o então presidente do Brasil, Artur Bernardes, promoveu uma campanha contra a realização de investimentos em favor da população nordestina. O argumento central do mineiro era de que aquela população seria indigna de receber atenção governamental. Exatamente 100 anos depois, em agosto de 2023, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, foi a público dizendo que já está na hora das “vaquinhas que produzem muito” deixarem de alimentar as “vaquinhas que produzem pouco”, em referência às regiões Sudeste e Nordeste do país. Revela-se que esse preconceito, que nasce enquanto discurso no início do século 20, continua ganhando força no Brasil, sobretudo com a ascensão da extrema direita. (mais…)